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Os colecionadores
George R.R. Martin, o escritor da saga Song of Ice and Fire que originou a série Game of Thrones, disse, numa entrevista, que existem dois tipos de escritores: os arquitetos e os jardineiros. Os primeiros, estruturam e escrita como se fosse um edifício em construção, os segundos, plantam a semente, regam a terra e deixam a inspiração fluir, alimentando-a sem a controlar. “Sou muito mais um jardineiro, do que um arquiteto” - esclareceu o autor, sobre a forma como escrevia.
A metáfora despertou empatia e começou a ser usada para distinguir tipos criativos, empreendedores e até modos de ensino. Adaptando esta categorização à forma como se lida com a informação que guardamos - quer seja a passagem de um livro ou notas sobre uma palestra - Anne-Laure Le Cunff acrescentou mais uma profissão à equação: o bibliotecário. Se o arquiteto estrutura informação através de processos e o jardineiro faz crescer ideias numa teia de pensamentos, o bibliotecário encontra prazer no ato de colecionar e categorizar conteúdos.
Aplicações como o Notion, Roam, Obsidian ou Evernote ajudam a criar um segundo cérebro em torno das notas recolhidas, mas deliniar um objetivo ou, neste caso, subscrever os princípios de uma das categorias, dá a esses apontamentos um propósito. É essa intenção que vai definir o porquê de se selecionar determinada citação, frase, ideia ou imagem. Em caso de dúvida, há sempre a sugestão do Tiago Forte de aliar a metodologia do arquiteto, a dedicação do jardineiro e os recursos do bibliotecário. A esse sistema ele chamou a fábrica.
5 artigos sobre colecionar informação
Knowledge is like legos, let's build a new format around that | Uma entrevista com Tobias Whetton da Supernotes
A Shelfish Starter Guide to Databases | Como construir uma estante digital
Why create a community digital garden? | Sobre fazer ideias crescer em comunidade
Reading for work and reading for pleasure | A rotina de leitura de Kai Brach
My Collectible Ass | Como colecionar arte digital
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Até já!
Inês 🌿
Relativamente às possibilidade de ser espontâneo no Instagram sabendo que temos audiência, acho que é um pouco semelhante ao que se passa na literatura, na música, na pintura... Será que o artista faria uma obra diferente se ninguém fosse lê-la, ouvi-la, etc? A arte também vive um pouco dessa tensão.
ahaha Considero-me uma bibliotecária com momentos de jardineira. Mas... guess what? Arquitecta de profissão! :D